Os cabos náuticos são acessórios extremamente importantes na navegação, e entender mais sobre eles é muito importante. Além da espessura e da capacidade de carga, é preciso considerar a facilidade de manuseio dos cabos náuticos, assim um detalhe que é preciso estar atento é o diâmetro do modelo de cabo escolhido. Neste artigo falaremos mais sobre o assunto.
No início da navegação, os cabos eram feitos de fibras naturais, como sisal, linho, algodão, piaçava ou juta. Hoje, os cabos são feitos de fibras sintéticas de última geração. Náilon, poliéster, aramida (kevlar), spectra, polietileno ou polipropileno são bem mais resistentes, flexíveis e duráveis, facilitando o trabalho a bordo.
Os cabos podem ser trançados ou torcidos e cada um deles tem seu uso específico. Os torcidos esticam mais e os trançados são mais maleáveis.
Para que o cabo não desfie, é preciso dar um acabamento, seja enrolando um cabo mais fino nas pontas, passando fita crepe ou queimando a extremidade. Os cabos devem ser pendurados à sombra. Cabos de atrito, como as espias de amarração, devem ser protegidos por mangueiras plásticas. É importante evitar que o cabo entre em contato com combustíveis, graxas ou solventes químicos.
Os cabos mais usados a bordo
Náilon: Muito resistente à abrasão, suporta bem a ação do sol e da água salgada. Tem alta elasticidade e é mais pesado que a água. Uso: amarra (cabo de âncora), espias e cabo de reserva para reboque.
Poliéster: Tão resistente quanto o náilon, porém menos elástico. Cede quando tracionado e também é mais pesado que a água. Uso: escotas e adriças de veleiros de cruzeiro. Não é utilizado em barcos a motor.
Polipropileno: Menos resistente à tração e à abrasão e menos durável à ação do sol e do sal. É mais leve que a água e é mais barato que o náilon e que o poliéster. Uso: cabo de bóia circular e cabo para rebocar esquiador.
Polietileno: Inferior ao polipropileno, não é resistente ao sol, desfia com facilidade e é escorregadio, não oferecendo segurança para a confecção de nós. Mais leve que a água, tem preço baixo. Uso: cabo de bóia circular e cabo para puxar esquiador.
Aramida ou Kevlar: É um derivado do náilon, porém três vezes mais resistente. Não cede quando tencionado, é mais pesado que a água, mas também é mais caro. Uso: escotas e adriças de veleiros de competição.
Spectra: Mais resistente à tração do que o kevlar e não cede à tensão. Mais leve que a água e de preço elevado. Uso: escotas e adriças de veleiros de competição. O peso mais leve é sua vantagem sobre o kevlar.
Nós mais usados a bordo
Nó lais de guia – Serve para fazer alças de qualquer tamanho ou amarrar um cabo em qualquer lugar. É fácil de desatar, mesmo tendo sido tencionado.
Nó de escota – Ideal para emendar cabos de diâmetros diferentes. O de maior bitola faz a alça.
Nó de defensa – Prático e fácil de desatar. Serve para prender as defensas no guarda – mancebo.
Nó direito – Usado para emendar cabos de mesmo diâmetro, mas sem a mesma facilidade de soltura que o nó de escota. Muito utilizado na operação de diminuir a área vélica de um veleiro (rizar).
Volta da ribeira – Serve para amarrar vários objetos entre si. É usado para içar um objeto do fundo ou levantar um mastro.
Nó de escota dobrado – Tem a mesma finalidade que o nó de escota comum, só que mais seguro.
Volta do fiel – Usado para amarrar a cana de leme no centro do barco. É erroneamente usado para segurar as defensas ou para amarrar uma embarcação ao cais.
Volta do fiador – Usado como nó de fim de curso, como por exemplo, para evitar que um cabo entre dentro de um mastro.
Nó de caminhoneiro – Serve para dar aperto a uma amarração qualquer, como por exemplo, prender um barco à carreta.
Falcaça costurada – Dá acabamento na ponta e evita que o cabo se desmanche.