Catarina Náutica

Talvez não haja maior upgrade de lifestyle do que comprar um barco. Relaxar sobre as ondas, curtir um sol, chamar amigos e simplesmente se distrair singrando o mar são um passatempo e tanto. Mas se você é o literal ‘marinheiro de primeira viagem’, pode haver algumas dúvidas pairando na cachola – entre elas, se vale a pena investir grana e conhecimento em um veleiro ou partir direto para um modelo motorizado.

Facilidade

“A condução de um barco a motor é mais simples e requer menor conhecimento”, diz Marcio Dottori que é diretor técnico do Rio Boat Show, “Já para velejar é necessário conhecer bem a navegação a vela. O aprendizado para isto é mais longo”, conclui.

Há ainda um terceiro fator nesta escolha, claro: a familiaridade. “Quem começa a velejar quando garoto, geralmente, acaba ficando na vela. Quem começa a navegar mais tarde costuma optar pelo barco a motor, tanto pela proximidade com um automóvel quanto pela facilidade maior na condução”, diz Marcio.

Economia

O vencedor nesta categoria é óbvio: os veleiros. “As lanchas costumam custar mais e também têm manutenção mais onerosa e complexa que os veleiros”, explica o diretor técnico. “Como os motores das lanchas são bem mais potentes que os dos veleiros, barcos a motor gastam bem mais combustível que os barcos a vela.”

Por outro lado, as embarcações motorizadas exigem todo um outro conjunto de cuidados. “Conduzir um barco a motor é, guardada as devidas proporções, como dirigir um automóvel: a gente chega rápido ao destino (quatro vezes mais rápido, em média, que um veleiro) mas tem que ficar bem ligado com as ondas, objetos a tona e com os outros barcos, pois como a velocidade é – relativamente – alta, o impacto contra as ondas tem de ser avaliado”. O temperamento das águas, por sinal, é algo que é preciso ser levado em consideração. Por via de regra, as ondas crescem na mesma proporção da velocidade dos ventos, então é bom ficar sempre ligado à previsão do tempo.

Conforto

Se você quer ter um barco cheio de ambientes cool, esqueça da vela. “Veleiros, devido a estabilidade necessária para a navegação a vela, têm de ter cabine mais baixa e não possuem o segundo comando em um convés mais elevado”, explica Marcio. Ou seja, nada de vistas panorâmicas, se sentir o Timothy Dalton como James Bond das antigas ou algo do tipo.

Se, por outro lado, o que você procura é uma jornada relaxante, aproveitar e respirar a paisagem e coisa e tal, a resposta é outra. “A bordo de um barco a vela, o mais importante é o navegar e nem tanto chegar ao destino”, lembra Marcio Dottori. “A condução é mais relaxante, principalmente pelo próprio ato de velejar, sem o ruído do motor e também pela velocidade menor dos veleiros”.

Importante lembrar ainda que certos catamarãs de casco duplo oferecem a opção de área superior, então dá para ter um pouco dos dois mundos.

Sustentabilidade

“Sim, a lancha emite mais poluentes, já que seus motores são bem mais potentes que o dos veleiros”, diz o diretor. “No entanto, vale ressaltar, que os motores usados nos barcos brasileiros atendem as normas mais rígidas de controle de poluentes aplicadas no Hemisfério Norte.” Dottori se refere aqui a um conjunto de regulações nacionais (reforçado pela Lei de Crimes Ambientais de 98), que estão entre algumas das mais sofisticadas do mundo. Manter em mente sua pegada ambiental a bordo de seu barco, por isso, é fundamental.

Fonte: G1 Notícias