Conheça abaixo os mais recorrentes defeitos de pintura bem como suas causas e soluções para lhe ajudar no seu dia a dia.
Casca de Laranja
Superfície irregular, semelhante a uma casa de laranja (espessura não uniforme, micro relevos).
Causas
- Uso de diluentes não recomendados;
- Regulagem inadequada da pistola;
- Clima quente durante a aplicação da tinta;
- Inabilidade do aplicador;
- Não respeitar os intervalos entre demãos quando aplicada em mais de uma demão;
- Alta viscosidade da tinta (diluição inadequada);
- Velocidade de aplicação e distância entre a pistola e a superfície incorreta;
- Desequilíbrio entre a pressão de ar e volume de tinta durante a aplicação.
Solução
- Ajustar corretamente a viscosidade de aplicação da tinta;
- Utilizar diluente recomendado conforme boletim técnico/etiqueta;
- Se necessário, remover totalmente o filme aplicado ou lixar o filme removendo as imperfeições;
- Conferir o posicionamento da pistola e manter distância da peça em no máximo 25 cm;
- Treinamento ao aplicador;
- Respeitar intervalos entre demãos conforme boletim técnico.
Cratera (Olho de peixe)
Formação de pequenas cavidades arredondadas na área onde a superfície foi pintada. Demonstra forma profunda ou superficial.
Causas
- Ausência de purgadores e filtros de ar provocando contaminação no ar comprimido;
- Superfície contaminada com óleos, graxas, cal e etc.;
- Local de pintura infectado por silicones;
- Uso de anti-respingos e desmoldantes a base de silicone em áreas próximas a pintura;
- Falta de homogeneização da tinta;
- Umidade inadequada no ar comprimido;
- Desequilíbrio entre a pressão de ar e volume de tinta durante a aplicação.
Solução
- Instalar purgadores e filtros na rede de ar comprimido que alimenta o setor de pintura;
- Fazer a descontaminação total da superfície;
- Depois da tinta seca, deve-se lixar removendo as imperfeições, nivelando a superfície. Após isso, repintar conforme especificação técnica;
- Efetuar a purga do compressor com certa frequência;
- Eliminar anti-respingos e desmoldantes a base de silicone dos locais de realização de solda.
Descascamento / Descolamento
Falta de Aderência entre a película da tinta e o substrato ou entre demãos. Podendo ocorrer de forma parcial ou total de forma espontânea ou provocada.
Causas
- Incompatibilidade entre tintas;
- Superfície contaminada com óleos, graxas, cal ou partículas sólidas;
- Substrato com alto índice de umidade;
- Pintura sobre superfície quente;
- Reação da tinta com o substrato em compostos solúveis em água;
- Baixa rugosidade do substrato;
- Não respeitar os intervalos entre demãos;
- Contaminação da superfície entre demãos;
- Uso de tintas inadequadas para determinados tipos de substratos (ferro, alumínio, fibra, etc.);
- Contaminação da superfície a ser pintada após a limpeza.
Solução
- Depois da tinta curada, deve-se remover o filme que não esteja firmemente aderido, nivelando a superfície. Após isso, repintar conforme especificação técnica;
- Melhorar o perfil de rugosidade;
- Verificar possíveis pontos de contaminação no manuseio da peça;
- Controlar a viscosidade de maneira a garantir uma tensão superficial baixa para uma completa umectação da superfície;
- Fazer limpeza superficial;
- Avaliar a temperatura do substrato e o tipo de tinta a ser utilizada antes da aplicação;
- Utilizar tinta adequada ao substrato ou promotor de aderência;
- Respeitar intervalos entre demãos conforme boletim técnico.
Empolamento (Bolhas)
Defeito estrutural de película, caracterizado pelo aparecimento de saliências que variam de tamanho e intensidade.
Causas
- Superfície mal preparada ou oleosa;
- Uso de tinta muito porosa (inadequada ao ambiente);
- Superfície contaminada com óleos, graxas, cal, etc.;
- Uso de diluente de evaporação rápida;
- Solvente retido no substrato devido à secagem rápida da tinta;
- Contaminantes entre demãos de tintas ou no substrato;
- Encapsulamento de ar na tinta devido processo de mistura e preparação;
- Processo de aplicação que envolve bombeamento (esguicho);
- Excesso de umidade no substrato ou ambiente;
- Formação devido ao processo de osmose quando em contato com água salgada;
- Desequilíbrio entre a pressão de ar e volume de tinta durante a aplicação.
Solução
- Eliminar a umidade no substrato;
- Controlar a umidade relativa do ar durante a aplicação;
- Se necessário remover toda a película;
- Fazer limpeza superficial;
- Utilizar diluentes recomendados e aplicar espessuras conforme recomendação no boletim técnico;
- Depois da tinta seca, deve-se lixar removendo as imperfeições, nivelando a superfície. Após, repintar conforme especificação técnica;
- Quando o tratamento de superfície for próximo a orla marítima (maresia), lavar com água doce entre demãos.
Enrugamento
Pequenas rugas na superfície ou encolhimento na película de tinta aplicada, parcial ou em toda a superfície, similar ao aspecto de um tecido amassado.
Causas
- Aplicações de tintas com excesso de espessura;
- Utilização de tintas epóxis ou PU sobre tintas sintéticas;
- Não respeitar os intervalos entre demãos;
- Secagem superficial muito rápida;
- Uso de diluentes não recomendados;
- Aplicações de tintas sobre superfícies aquecidas.
Solução
- Fazer a diluição corretamente;
- Utilizar o diluente recomendado conforme boletim técnico;
- Remover toda película;
- Aplicar espessura recomendada conforme boletim técnico;
- Depois da tinta seca, deve-se lixar removendo as imperfeições, nivelando a superfície. Em seguida, repintar conforme especificação técnica;
- Se necessário, remover toda película;
- Não aplicar tintas epóxis e PU sobre tintas sintéticas;
- Usar diluente recomendado conforme boletim técnico/etiqueta.
Escorrimento
Em superfícies verticais as tintas tendem, por ação da gravidade, a se descolarem enquanto líquidas, em forma de ondas ou gotas, até a parte inferior.
Causas
- Utilização de diluentes não recomendados;
- Falta de homogeneização;
- Excesso de camadas de tinta (película muito grossa);
- Excesso de diluição da tinta;
- Não respeitar os intervalos entre demãos;
- Inabilidade do Pintor.
Solução
- Utilizar o diluente recomendado conforme boletim técnico / etiqueta;
- Após secar, lixar as partes afetadas removendo as imperfeições, buscando nivelar a superfície e repintar conforme especificação técnica;
- Boa homogeneização da tinta;
- Treinamento do aplicador;
- Aplicar espessuras recomendadas de filme úmido conforme boletim técnico;
- Respeitar intervalos entre demãos conforme boletim técnico;
- Ajustar a viscosidade conforme orientação do departamento técnico.
Fervura
Aparecimento de uma grande quantidade de pequenas bolhas em toda superfície ou parte dela, podendo ou não apresentar um pequeno orifício central.
Causas
- Aplicação em superfícies quentes;
- Utilização de diluentes não recomendados;
- Tinta não recomendada para aplicação;
- Espessura muito alta na aplicação;
- Temperatura do ambiente alta;
- Solvente com rápida evaporação;
- Não respeitar os intervalos entre demãos;
- Necessidade de Flash Off (espera ao ar livre antes de colocar na estufa).
Solução
- Utilizar diluente recomendado pelo fabricante;
- Depois da tinta seca, deve-se lixar as partes afetadas fazendo uma melhor preparação de superfície. Após isso, repintar conforme especificação técnica;
- Respeitar intervalos entre demãos conforme boletim técnico;
- Aplicar espessura recomendada conforme boletim técnico;
- Quando a secagem for em estufa, diminuir a temperatura e aumentar o tempo de secagem;
- Controle da temperatura na superfície do substrato:
– Tintas em geral: temperatura máxima do substrato 52°C.
– Etil Silicato: temperatura máxima do substrato 40°C.
- Verificar se a tinta é recomendada para aplicação;
- Durante a aplicação por rolo, algumas tintas podem apresentar a formação de bolhas. Recomenda-se realizar passes repetitivos sobre a mesma, logo após a pintura, visando sua eliminação.
Gretamento ou Craqueamento
A superfície pintada apresenta um aspecto similar ao de um couro de jacaré (alligatoring), apresentando fendas ou fissuras.
Causas
- Película pastosa por retenção do diluente devido a secagem superficial rápida;
- Diluição inadequada;
- Aplicação com alta camada de tintas Etil Silicato de Zinco;
- Não respeitar os intervalos entre demãos;
- Inabilidade do aplicador;
- Camada muito espessa.
Solução
- Aplicar espessura recomendada conforme boletim técnico;
- Treinamento ao aplicador;
- Utilizar diluente conforme recomendação do boletim técnico;
- As tintas aplicadas devem ter características de dureza semelhantes;
- Caso a tinta aplicada for o Etil Silicato de Zinco, remover tudo por jateamento abrasivo;
- Respeitar intervalos entre demãos conforme boletim técnico;
- Depois da tinta seca, deve-se lixar removendo as imperfeições, nivelando a superfície. Após isso, repintar conforme especificação técnica;
- Seguir orientação de diluição.
Manchas nas cores metálicas
Defeito superficial da película cuja cor, tonalidade ou brilho apresentam-se diferentes do restante da superfície, ocasionando manchas na pintura.
Causas
- Preparação e diluição inadequada da tinta;
- Variação na espessura da película seca;
- Utilização de diluentes não recomendados;
- Regulagem inadequada da pistola ou distância insuficiente da mesma à superfície;
- Inabilidade do aplicador.
Solução
- Verificar a regulagem da pistola;
- Utilizar apenas o diluente recomendado e recomendações de diluição especificadas no boletim técnico;
- Controlar a espessura da camada aplicada;
- Após secar, lixar as partes afetadas removendo as imperfeições, buscando nivelar a superfície e repintar conforme especificação técnica;
- Treinamento do aplicador.