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Catarina Náutica

O Brasil passa por momentos de mudanças e a população clama por honestidade e justiça de nossos governantes. Mas como cobrar a moral e éticas, se em determinados momentos, mesmo que indiretamente, somos atingidos e corrompidos pela corrupção? Confira abaixo o excelente artigo escrito por Sylvestre Santos F., técnico da International Paint que trabalha há anos no segmento náutico brasileiro, visitando clientes, marinas, aplicadores de tinta e o principal: Analisa embarcações de passeio que já passaram, passam ou infelizmente passarão por algum dos tristes episódios que é relatado em seu texto abaixo:

Por Sylvestre Santos F.

Vivemos em um mundo, onde o que não falta é mercado paralelo. Todo momento os jornais noticiam sobre isso sendo dinheiro, ingressos, etc. Assim como age o “cambista” na entrada do estádio, em que a mercadoria (ingresso) é super valorizada extrapolando seu valor real inúmeras vezes, aproveitando-se daquela situação, diante de um consumidor imprudente ou distraído, temos a situação contrária em que a pirataria oferece os produtos com preços abaixo do mercado, fruto de contrabandos, furtos ou ainda roubos!

Infelizmente, essa é uma dura realidade. Uns dizem que isso reflete a situação econômica do país, politicamente insuficiente, outros uma questão de cultura e educação no que se refere a conduta.

No mercado náutico, também encontramos pirataria: “Piratas sem Calibre”! E não se trata de uma comédia, pelo contrário. Como em qualquer outro mercado, esta situação traz prejuízos aos Clientes, Fabricantes, Estaleiros, Marinas. Todos saem perdendo com essa atividade desleal. Os “beneficiados” são aqueles que de forma desonesta utilizam de ilegalidades, que não possuem nenhuma preocupação com os danos e problemas causados.

São inúmeras as vezes em que nos deparamos com situação onde são oferecidas latas de tintas a um “precinho” convidativo. Na maioria dos casos as ofertas partem de pessoas que não tem comércio regularizado, mas mantém um estoque dessas irrecusáveis ofertas.

A inevitável pergunta: “De onde vêm essas latas?” O mais provável é que sejam proveniente de outro absurdo: clientes que adquiriram no comércio legal, ou seja, compraram por exemplo 10 galões de tintas, mas durante o trajeto do revendedor até a pintura, “sobraram” 05 galões, sendo estes então destinados ao comércio pirata.

Infeliz do proprietário dessa embarcação, infeliz do fabricante da tinta, infeliz do prestador de serviços, infeliz do marinheiro, e infeliz do receptador da tinta “baratinha”. Felicidade aqui, só do “pirata” mesmo, pois, certamente o desempenho esperado não vai ser atingido, prejudicando a todos.

O fabricante da tinta vai ser acionado por esse cliente para saber o que aconteceu, pois seu barco está cheio de incrustações antes do previsto. É claro que em uma análise mais profunda, poderá ser constatada a baixa espessura da tinta aplicada, o que irá contradizer o total de galões que foram comprados. Mas até lá os prejuízos para ambas as partes já são enormes.

O cliente que comprou o produto no mercado pirata também será prejudicado, pois, com certeza, não adquiriu a quantidade certa e ainda sem nota fiscal de venda, e em muitas vezes o que foi comprado, está adulterado com a adição de solventes ou outros produtos, resultado este do “milagre da multiplicação”, onde com uma lata de tinta se fazem duas, aumentando a lucratividade do pirata. Uma “indústria” paralela, onde latas vazias novas e usadas são reaproveitadas para receberem as tintas com mais solventes para completar seu volume. E como os latinos são muitos criativos, acredito que ainda existam outras estratégias mais organizadas, para enganar clientes inocentes.


Devemos negar qualquer produto sem origem documentada, ou seja, adquirirmos somente tintas através de revendedores autorizados, solicitando sempre sua nota fiscal, de preferencia com lotes de tintas inscritas no corpo da nota fiscal.

Esse revendedor autorizado tem inclusive que orientar sobre a quantidade certa para ser aplicada na sua embarcação. Claro que devemos em contrapartida, assegurar que todos os galões sejam utilizados através de nós mesmos, ou de profissionais honestos e competentes, ou ainda, elaborarmos ações que comprovem a real utilização de toda a tinta na embarcação.

Temos que ficar atentos, pois a desonestidade está presente em vários níveis da nossa sociedade, e denunciar todos os casos às autoridades competentes. Nossa participação é muito importante, não só para os casos destacados aqui, mas também relacionados a outras áreas onde a pirataria está agindo, prejudicando além de tudo, nosso país.

A INTERNATIONAL PAINT, líder mundial no segmento de tintas para embarcações e outros mercados, sempre manifesta sua preocupação com a correta utilização de seus produtos, e está sempre em busca de orientar e informar melhor seus clientes. Sempre adquira produtos em revendas autorizadas, exija a nota fiscal, e procure pelos profissionais responsáveis, disponíveis no mercado. Desta forma, todos podem evitar possíveis aborrecimentos no futuro.

Sylvestre Santos F. Técnico da International Paint, grupo AkzoNobel

Vendedor Técnico Linha Yacht da International Paint, possui vasta experiência com as tintas de proteção náutica. Viaja o país nos distribuidores e revendas da International Paint, marca pertencente ao grupo AkzoNobel,
auxiliando, informando e ensinando clientes e parceiros com os melhores produtos para cada situação.